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Quando falamos de património no trading, apesar de estarmos no contexto dos mercados financeiros, o conceito difere um pouco da noção de património financeiro usada no dia a dia. Normalmente, património refere-se à riqueza líquida de uma pessoa, família ou entidade — ou seja, tudo o que se possui (contas bancárias, investimentos, imóveis, etc.) menos o que se deve (empréstimos, dívidas, etc.).
No trading, porém, património (ou equity, em inglês) corresponde à soma de três elementos:
Saldo – o valor disponível na conta de trading.
Créditos – bónus ou incentivos concedidos pela corretora.
Lucros ou prejuízos não realizados – resultantes das posições ainda abertas, que só passam a saldo efetivo quando são encerradas.
Na prática, quando decides investir, retiras uma parte do teu património pessoal e alocas esse valor ao trading. A partir desse momento, esse montante passa a constituir o teu património no trading.
⚠️Atenção: Trading é uma atividade com risco envolvido e por isso, Esse “capital de risco” que alocas no trading deve ser uma parte do teu património que não te faz diferença se o perderes, para que não comprometas a tua estabilidade financeira.
A melhor forma de perceber as flutuações a que o património está sujeito é abordarmos aqui alguns exemplos práticos:
Exemplo prático nº1: Abres uma conta numa corretora e depositas 10.000€. Como a corretora está com uma promoção, recebes 1000€ em bónus por depositar 10.000€. (atenção que estes bónus não podem ser levantados, apenas servem para aumentar o teu capital/património e possibilitam-te abrir posições maiores). Neste caso o teu património é de 11.000€: 10.000€ (saldo) + 1.000€ de bónus.
Imagina agora que entras numa negociação e neste momento estás a ganhar +150€. Neste momento o teu património é 11.150€: 10.000€ (saldo) + 1.000€ de bónus + 150€ de lucro da posição aberta. Decides fechar a posição com esse valor de lucro. Ficas com um património de 11.150€: 10.150€ (saldo) + 1.000€ de bónus. porque ao fechar a posição, o valor do lucro passa para o saldo, só nessa altura é que é atualizado.
Exemplo prático nº2: Abres uma conta numa corretora e depositas 10.000€ e não recebes nenhuma bonificação da tua corretora. Neste caso o teu património é igual ao teu saldo e é de 10.000€.
Decides abrir uma posição e estás a ganhar +100€. Nesse momento o teu património é 10.100€: 10.000€ (saldo) + 100€ de lucro da posição aberta. De repente, o mercado vira e quando dás conta está a perder 200€.
Decides fechar a posição com esse valor de prejuizo. Ficas com um património de 9.800€: 10.000€ (saldo) - 200€ de prejuizo. O teu novo saldo passa a ser também de 9.800€ porque só ao fechar a posição é que valor do prejuizo (neste caso) se reflete no teu saldo.
Muitos traders talentosos perdem dinheiro porque não o gerem de forma eficiente. Sem regras claras, até boas estratégias podem resultar em perdas significativas.
Gerir património envolve:
Definir limites de risco para cada operação, para cada dia, etc.
Proteger o capital em momentos de alta volatilidade, como durante as notícias de alto impacto.
Diversificar investimentos entre diferentes ativos que não estão correlacionados.
Controlar a alavancagem, evitando exposições exageradas.
Seguir um plano de trading previamente definido com todas as regras para fazer uma gestão de risco eficiente.
👉 Pensa no património como a “bateria” do teu trading. Se não a usares de forma cuidada, acaba rapidamente, e com ela desaparece a capacidade de continuar a negociar.
No final, o património não é apenas “dinheiro na conta”: é o reflexo da disciplina, da gestão de risco e da consistência de cada trader. Proteger e gerir este capital deve ser a prioridade máxima para quem quer sobreviver e prosperar nos mercados. Antes de te preocupares com o quanto podes ganhar, primeiro deves focar a tua atenção no quanto podes perder.
Se queres perceber como podes fazer uma gestão de risco eficiente, espreita a nossa categoria do blog Gestão de Risco, onde encontras uma série de artigos. 👇
Se preferires, podes ainda consultar outros artigos do nosso Blog.
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